Se você pensa que é uma pessoa insignificante, que ninguém lhe nota, que nada do que diz importa aos outros, ou que a obra de toda a sua vida não mereceria mais do que uma linha numa lápide de cemitério, então precisa saber que Deus não pensa assim.
Francis Schaeffer, escritor e teólogo cristão, em seu livro No Little People (Não Há Pessoas Insignificantes, tradução livre), escreveu: “Na perspectiva de Deus, não há pessoas nem lugares insignificantes. Aqueles que se veem como pessoas insignificantes em lugares insignificantes, se compromissados com Cristo e vivendo sob o Seu senhorio, poderão, pela graça de Deus, mudar o rumo de sua geração”. Isso é verdade, mesmo que ninguém pareça notar quem você é, nem o que faz.
Na maioria das vezes, as pessoas se acham insignificantes porque ninguém parece notar o que elas estão fazendo. Ou melhor, só notam quando o serviço não é feito ou algo sai errado, como cita o ditado: “Serviço doméstico é algo que você faz e os outros só notam quando você deixa de fazer”. Ou, como disse alguém: “Ninguém parece notar que a mamãe prepara sempre uma boa comida, até que o feijão queime”.
A verdade por trás dessas afirmações obviamente vai além do trabalho doméstico. Em geral, as pessoas parecem notar nossas falhas – quer seja uma simples impaciência, cansaço, raiva ou descontrole. Mas quem nota quando agimos corretamente? O sentimento que temos é que ninguém vê ou reconhece quem somos e o que fazemos.
De fato, algumas vezes isso pode ser verdade, a não ser por uma realidade alentadora: Deus vê e reconhece, pois, na perspectiva divina, ninguém é insignificante!
É estranhamente comum que pessoas que servem em silêncio (donas-de-casa, garis, trabalhadores braçais, funcionários públicos etc.) encarem seu serviço como sendo sem importância. Quando os nossos esforços não são notados, podemos nos ver como pessoas insignificantes, preenchendo lugares pequenos, fazendo tarefas insignificantes.
A história de Zorobabel talvez não seja muito conhecida, mas ele passou por uma experiência semelhante quando liderava a reconstrução do Templo em Jerusalém. Isso requeria trabalho duro, fé consistente e tenaz esperança de um futuro melhor para o seu povo. Mas algumas pessoas acharam o seu trabalho insignificante e desprezavam o que ele estava fazendo. Foi então que Deus interveio: “Quem tem desprezado o dia dos humildes começos?” (Zc 4.10).
Deus queria que eles continuassem assentando pedra sobre pedra, seguindo o exemplo de Zorobabel. Mas deveriam se valer da força que Deus supre, não de suas próprias: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor”.
Você está fazendo coisas aparentemente insignificantes e sente-se pequeno demais por isso? Não fique triste; anime-se, pois, uma vez que os olhos do Senhor estão sobre toda a terra. Ele, de fato, nota as pequenas coisas feitas Nele, por Ele e para Ele. Saiba que, no devido tempo, Ele as tornará reconhecidas e as usará poderosamente. Então, Deus falou ao povo sobre a “insignificante” obra do “desconhecido” Zorobabel: “E os que não deram valor a um começo tão humilde vão ficar alegres quando virem Zorobabel terminando a construção do Templo”.
Hudson Taylor, grande missionário na China, acreditava que deveríamos fazer tudo o que estivesse ao nosso alcance e de todo o coração, não somente as ações que pudessem ser vistas. Ele justificou: “Assim como o nosso Pai fez muitas flores que brotam sem serem vistas na solidão do deserto, façamos tudo o que podemos, como se diante de Seus olhos, mesmo que ninguém mais veja”.
Lembre-se: Deus se importa com você, porque, para Ele, ninguém é insignificante.
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém