Em 21 de janeiro de 1930, o rei George V, da Inglaterra, iria fazer o discurso de abertura na Conferência de Armas em Londres. A mensagem do rei seria transmitida ao mundo todo através do rádio. Momentos antes de o rei começar o discurso, um membro da equipe do canal CBS de televisão tropeçou num fio elétrico e o arrebentou, de modo que a transmissão para os Estados Unidos foi cortada. Foi nesse momento que, sem nenhuma hesitação, Harold Vidian pegou um lado do fio arrebentado em sua mão direita e o outro com a mão esquerda, restaurando assim a ligação. A eletricidade percorria o seu corpo, mas ele ignorou a dor e aguentou até que o rei terminasse o seu discurso. Harold Vidian tornou-se sinônimo de heroísmo, porque não deixou que a mensagem do seu rei fosse interrompida, mesmo arriscando a própria vida. O que estava em seu coração era: “A mensagem do rei precisa ser transmitida!”
De tempos em tempos a Igreja precisa redescobrir que o Rei dos reis Jesus Cristo tem uma mensagem para o mundo todo, da qual os cristãos são (e precisam ser, de fato) seus fiéis transmissores. Esta é uma mensagem poderosa, mas apenas pode ser transmitida quando cada cristão funciona como canal para que o poder de Deus percorra a sua vida e alcance seus destinatários. Por isso Paulo escreveu: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14).
Quando Jesus apareceu aos discípulos, após a ressurreição, censurou-lhes primeiro a sua incredulidade e dureza de coração por não darem crédito àqueles que anunciaram que “Ele vive”. Na verdade, essa é a essência da mensagem: Jesus está vivo e pode fazer as mesmas coisas que sempre fez — salvar, curar, empoderar, transformar, abençoar.
Depois, Jesus não os mandou ficar no templo pelo tempo que desejassem; antes, porém, os enviou a sair para o mundo e pregar o Evangelho a toda criatura. Por isso, a missão de transmitir a mensagem do Rei, ou evangelizar, ou levar as boas novas de salvação, deve fazer parte da agenda das igrejas locais, em geral, e de cada cristão, em particular.
A despeito da urgência da mensagem, alguns ainda estão a dizer: “Quando eu terminar o seminário”; “Quando fizer um curso”; “Quando tiver dinheiro”; “Quando puder comprar folhetos”; “Quando me casar”; “Quando terminar a construção do templo” … “Então eu irei evangelizar”. Mas isso tudo é desculpa de quem perdeu a visão espiritual. Imagine Harold Vidian gritando: “Achem um eletricista!”
Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo”. Nós estamos dizendo: “Vinde”. Insistimos em convidar as pessoas para virem ao templo para ouvirem os “especialistas”, e nos impressiona o fato de as pessoas não estarem querendo vir ao culto. Jesus está dizendo: “Ide”. E nós estamos querendo “obrigar” as pessoas a virem aos templos, quando o plano do Senhor Jesus é bem diferente, ou melhor, exatamente o contrário. Temos de ir aonde as pessoas perdidas estão e pregar-lhes a salvação de Deus, a qualquer hora, em qualquer lugar.
Jesus censurou a dureza de coração, não dos incrédulos, mas dos crentes. Jesus sabe que não existe coração duro que resista ao Evangelho pregado com poder e graça de Deus por um cristão obediente e que crê na Palavra do Senhor.
Há os que pensam não precisarmos mais evangelizar, porque muitos já o estão fazendo. Mas a evangelização é uma tarefa de cada cristão fiel que professa o nome do Senhor Jesus. Saiba: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13.8). Se fizermos a nossa parte, servindo de condutores da mensagem do Rei, Ele mesmo confirmará a Sua palavra, e as pessoas serão salvas e abençoadas.
A mensagem do Senhor continua a ecoar: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Is 6.8). E espera-se apenas uma resposta: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.