Certo professor de uma grande universidade, declaradamente ateu e anticristão, ministrando sobre a matéria “Religiões comparadas”, endereçou aos alunos a seguinte questão: “O que há de inusitadamente comum e, ao mesmo tempo, extraordinariamente diferente entre todas as religiões do mundo?” Essa era a questão com a qual sempre começava, todos os anos, sua exposição da matéria. A questão era nova aos novos alunos, que depois de várias opiniões, sempre ouviam do professor o seguinte: “O que há de inusitadamente comum e, ao mesmo tempo, extraordinariamente diferente entre todas as religiões do mundo, é que cada religião foi fundada por um mortal diferente, mas agora todos estão bem mortinhos”.
Depois de esperar boas risadas da audiência, ele sempre aproveitava para emendar várias críticas ácidas ao Cristianismo. Mas não dessa vez. Pois um aluno novato levantou-se rapidamente e, resoluto, respondeu: “Um túmulo vazio!” Ninguém riu desta vez. Silêncio total. E o aluno novato, diante do professor boquiaberto, emendou: “Todos os fundadores de religiões morreram. Isso é, de fato, comum a todas. Mas tem uma coisa extraordinariamente diferente: embora Jesus não tenha fundado uma religião, pois nem mesmo pode-se dize que ele era cristão, ele é o único que morreu, mas venceu a morte e ressuscitou. Seu túmulo está vazio”. Depois do silêncio perturbador, aplausos incontidos. E o professor, zangado e bufando, saiu rapidamente da sala.
Ora, esse tipo de zombaria com viés de suposta autoridade acadêmica não é novidade. O cético Frances Joseph-Ernest Renan involuntariamente falou sobre a verdade da ressurreição ao zombar: “O cristianismo vive da fragrância de um frasco vazio”. Sem querer, Renan estava se referindo ao fundamento da fé cristã, a pedra angular do Evangelho: um túmulo vazio! Uma tumba sem um corpo nela, naquela primeira manhã da ressurreição!
Uma personagem do romance “O Porto”, de Ernest Poole, comenta cinicamente: “A História é apenas um noticiário do cemitério”.
O que o professor anônimo, o cético Renan e o cínico Poole não conseguiam ver era a incontestável verdade de que há uma grande exceção à tristeza de todos os cemitérios e suas silenciosas mensagens de morte, inclusive dos líderes fundadores de religiões: as eletrizantes notícias do túmulo onde Jesus foi sepultado, de que a morte foi vencida e as portas da vida eterna foram abertas por Jesus.
Quando duas mulheres, discípulas de Jesus, foram ao túmulo para executarem os rituais de purificação, ouviram dos anjos a notícia alvissareira: “Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mt 28.6). Jesus “não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2Tm 1.10).
De certa forma, os túmulos em todos os cemitérios falam da História na mesma proporção da morte que os favorece. Por isso, convém perguntar: que lições os cemitérios e seus túmulos (assim como a própria morte) ensinam para a vida?
Pensemos em duas preciosas lições que deveriam ser consideradas.
A primeira lição: os cemitérios e seus túmulos ensinam que é preciso repensar as nossas prioridades. Sabendo que a vida era curta demais para perder-se tempo com futilidades, Moisés clamou a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12).
Orar dessa maneira nos levará indubitavelmente a considerar o que, de fato, vale a pena na vida. Dinheiro, poder, prazer, tão avidamente buscados, muitas vezes ao custo da própria vida, empalidecem e sucumbem diante das prioridades que realmente contam.
Não são poucos os exemplos que conhecemos de pessoas que, depois de encararem a morte, salvas como “por um fio”, resolvem mudar as suas prioridades e reorganizar a vida. Assim, elas descobrem que servir é muito melhor que ser servido; que dar é mais bem-aventurado que receber; que honrar está acima de ser honrado; que o que vale a pena na vida não pode ser comprado pelo dinheiro, conquistado com o poder, nem tampouco desfrutado com desonra.
A segunda lição: os cemitérios e seus túmulos nos ensinam que devemos pensar na eternidade. Embora a morte seja o fim de todos os mortais, ela certamente não é o fim de tudo nem detém a última palavra sobre o futuro. É precisamente isto que nos ensina o Evangelho, ou “boas novas”, no fato histórico de que Cristo Jesus veio ao mundo para nos libertar do poder de Satanás, do pecado e da morte.
Jesus nos propiciou a única maneira de escaparmos da morte, física e espiritualmente. Pela sua morte na cruz, Jesus possibilitou a nossa reconciliação com Deus, e, desse modo, desfez a separação e a alienação espirituais resultantes do pecado. Pela sua ressurreição, Ele finalmente venceu e aboliu o poder de Satanás, do pecado e da morte.
Algumas pessoas não querem pensar na eternidade, por isso afirmam: “Morreu, acabou!”. Mas como será, quando chegarem “do outro lado” e descobrirem que a vida aqui era apenas o começo, o embrião da eternidade?
Outras pessoas dizem: “Quando eu estiver mais velho, então seguirei a Cristo”. Mas quem sabe se ficará velho ou se morrerá novo?
Há os que pensam: “Antes de morrer, eu receberei a Cristo como meu Salvador”. Porém, quem sabe o dia da própria morte?
Atente para as lições do cemitério particular e do túmulo vazio onde Jesus fora posto, que são exclusivamente para reflexão, preparação e esperança. Essas lições apontam para a eternidade, como está escrito: “O próprio Senhor descerá dos céus, ouvida a voz do arcanjo, e o som da trombeta de Deus. Aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Então, nós os vivos, seremos levados junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor nos ares, e assim ficaremos para sempre com o Senhor. Consolem-se uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.16-18).
Agora, atente para o fato de que túmulo vazio de Jesus está a ensinar enfaticamente: a morte não é o fim! Jesus venceu a morte! Ele vive para sempre!
Portanto, só lhe resta crer Nele, entregar-se a Ele, viver com Ele, por Ele e para Ele! O túmulo vazio de Jesus nos ensina esta preciosa lição: Cristo é a nossa única esperança!