Todos os casais “apaixonados” fazem juras de amor, entram no casamento prometendo se amar para sempre, até que se se descobre que o “amor” de muitos não era lá essas coisas e o “para sempre” era apenas um prazo de validade que se esgotou cedo demais e sem nenhuma garantia estendida. Depois se separam, dizem que “o amor acabou”, e partem para outro relacionamento.
Isso nos faz perceber que o amor é um dos conceitos mais mal-entendidos na vida. As pessoas pensam que amor é um sentimento. Mas amor não tem nada a ver com sentimento. Sentimento é química, tem a ver com gostar, com a paixão da hora, com a volatilidade da alma, com a busca de identificação no outro.
O amor é virtude, tem a ver com uma escolha; é a essência de Deus, que nos é dada gratuitamente. O amor jamais acaba, porque Deus é amor.
Deus escolheu nos amar, mesmo que não sejamos bons o suficiente. Jesus nos mandou amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem (Mt 5.44). Eu posso não gostar deles (de pedófilos, criminosos, corruptos, bandidos, malvados etc.), mas tenho de amá-los, e isso só depende de uma escolha minha, em deixar o amor de Deus que está em mim fluir para abençoá-los, me importar com eles e buscar o seu bem.
Ora, se há alguém que sempre se importa conosco, quer o nosso bem e nos ama incondicionalmente, essa pessoa é Deus. Mas será que temos dado o devido reconhecimento a esse cuidado e amor?
Israel, o povo escolhido de Deus, em diversas ocasiões de sua história, rejeitou o amor do Senhor. Isso fez com que Deus externasse o quão frustrante era esse tratamento recebido. Ele disse: “Quando Israel era menino, eu o amei… Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença… e queimavam incenso às imagens de escultura… Tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo… e me inclinei para dar-lhes de comer” (Os 11.1-4).
Talvez você se indague: como Deus poderia continuar amando um povo que sempre lhe virava as costas? Ele simplesmente amava, e pronto! Tal como um pai amoroso, que continua a amar o filho, mesmo que este se desvie e faça coisas erradas.
O amor de Deus é incondicional, como está escrito: “De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr 31.3).
O amor é medido pelo que oferece, não pelo que recebe. O amor tem prazer em dar. Alguém afirmou: “Diga-me o quanto você dá de si mesmo e eu lhe direi o quanto você ama”. Isto porque “doar-se” é o maior teste do amor.
A grandeza do amor de Deus é demonstrada pelo presente inestimável que Ele nos deu. O quanto Deus amou o mundo perdido? “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
O quanto Deus amou a Igreja? “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25).
O quanto Deus me ama? “Vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
Talvez você esteja descrente no amor, talvez tenha sido abandonado(a) pelo “amor de sua vida”. Ou talvez apenas se encontre longe de Deus e lhe tenha virado as costas, e agora está se perguntando: Como Deus poderia continuar me amando?
É que Deus não desiste de amar. Paulo expressou bem isto: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.38-39).
Volte-se para Deus. Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele, e o mais Ele fará por você (Sl 37.5). Reconheça o amor de Deus, prove do Seu amor enquanto é tempo, porque Deus não desiste de amar você.
Samuel Câmara