Esta mensagem eu a endereço a você, se e somente se você se considera uma pessoa pecadora. É também para todo aquele que considera que Deus jamais retirou a validade de Sua oferta de perdão dos nossos pecados. Serve igualmente àqueles que consideram as boas novas de salvação, o Evangelho de Cristo, como uma mensagem da inclusiva graça de Deus a todos os pecadores.
Mas se você não se vê como uma pessoa pecadora e que precisa de salvação, eu gostaria ainda de argumentar sobre as respostas e desculpas que apresenta para não se achar uma pessoa pecadora. Normalmente, muitas pessoas que não se veem como pecadoras que precisam de salvação apresentam desculpas assim:
“As minhas boas obras pesam mais do que as más”.
“Não sou tão ruim quanto algumas pessoas”.
“Geralmente sou uma pessoa boa”.
“Eu tenho uma religião e cumpro minhas obrigações.”
Se você é uma pessoa que tem esse tipo de argumentação, é porque, afinal de contas, sente que as suas fraquezas não põem em perigo a sua posição diante do Deus Todo-poderoso. Mas é exatamente isso, permita-me dizer, que está pondo a sua vida em risco eterno. O problema é que seus abalizados argumentos religiosos não lhe deixam perceber esse enorme perigo.
Agora, imagine uma pessoa sendo levada a julgamento por vários crimes de, por exemplo, roubar algumas vezes. Não seria de todo inútil apelar ao juiz dizendo: “As minhas boas obras pesam mais do que as más”? Ou então: “Senhor juiz, eu não sou tão ruim quanto muitas pessoas. A maior parte do tempo sou uma pessoa respeitadora da lei”?
Para que haja Justiça, o ofensor deve ser julgado de acordo com as ofensas, não de acordo com suas obras anteriores. Desse modo, para que a Justiça seja feita, alguém deve pagar. Esse alguém é, sem dúvida, o ofensor – a não ser que lhe seja permitido legalmente que outra pessoa tome o seu lugar e zere a conta.
Foi isso exatamente o que Cristo fez: por amor aos pecadores, Ele próprio se fez pecado por nós e recebeu sobre Si mesmo os nossos pecados e a punição deles merecida (2Co 5.21). Está escrito: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). É exatamente por isso que o Evangelho, as boas novas de salvação, é apenas para pecadores, porque “todos pecaram”. Isto porque “Não há justo, nem um sequer”, pois, diante de Deus, todos são pecadores (Rm 3.10).
O perdão dos nossos pecados é pela graça. A salvação é pela graça, ou seja, pelo favor de Deus que nós não merecíamos. Deus não somente nos criou; Ele também nos redimiu, nos comprou de novo, para sermos doravante exclusivamente Seus. Podemos afirmar: “Tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor é o teu nome desde a antiguidade” (Is 63.16).
Lembro-me da história do menino que construiu um barquinho com muito custo e esforço. Certo dia, brincando com seu pequeno barco num riacho, este se lhe escapou das mãos. O menino ficou à margem olhando tristemente o pequeno bote ser levado pela correnteza, até que sumiu de sua vista. Ele teve de voltar para casa, mas sem o seu barquinho. Aconteceu que, dias depois, viu o mesmo barquinho exposto na vitrine de uma loja na cidade. Alguém o havia apanhado no riacho e vendido à loja. O menino, a muito custo, conseguiu o dinheiro que o vendedor pedira pelo barquinho. E ao readquiri-lo, todo contente, apertou-o junto ao peito, e disse: “Agora você é meu duas vezes. Fui eu que fiz você; e agora, o comprei de volta!”
Do mesmo modo, nós pertencemos a Deus, tanto por direito de criação (Ele nos criou!) como pelo poder da redenção (Ele nos comprou de volta!). Somos Seus filhos, a menos que prefiramos outra coisa.
Jesus morreu na cruz para nos redimir. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5). O próprio coração do Evangelho é a suprema verdade de que Deus nos aceita incondicionalmente quando colocamos a nossa confiança no sacrifício expiatório de seu Filho Jesus por nós na cruz. Apesar de sermos pecadores sem esperança, o próprio Deus, em Sua infinita graça, nos perdoa completamente.
É somente por Sua graça que somos salvos, não pelo caráter moral que julgamos ter, ou por boas obras que fazemos, ou por seguir regiamente a lei, ou por ter uma religião e frequentar uma igreja. É pela graça de Jesus Cristo que somos salvos; e esta é somente para pecadores.
Como você se define? Se você se define como uma pessoa pecadora, a graça salvadora de Jesus Cristo é para você. Arrependa-se, pois, dos seus pecados e creia em Jesus Cristo, e então experimentará o perdão de Deus e a salvação eterna. Amém!