Eram 4 horas da tarde do dia 7 de setembro de 1822, quando o príncipe D. Pedro, às margens do Ipiranga, arrancou a insígnia portuguesa de seu uniforme, sacou a espada e gritou: “Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre”. Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, bradou: “Brasileiros, de hoje em diante o nosso lema será: independência ou morte!”.
Depois de quase dois séculos do grito de independência, não é difícil concluir que o grande desafio à nossa frente é fazer da Independência uma conquista de todos os brasileiros.
Independência é a condição de quem tem liberdade ou autonomia. De fato, não há desenvolvimento sadio sem liberdade, assim como não há vida que valha a pena sem a liberdade a ela inerente. A independência é filha da liberdade; e a liberdade, um dom de Deus.
A verdadeira independência não vem antes, mas depois de estarmos livres – livres de amarras da injustiça, livres de correias das desigualdades sociais, livres de grilhões do pecado, livres de correntes da corrupção.
Muitas pessoas, ainda hoje, têm uma idéia errada a respeito do que é ser independente. Eles pensam no conceito de independência de forma completamente invertida, para depois ficarem se perguntando por que não funciona e não dá certo.
Imagine que um carroceiro ponha a carroça na frente do cavalo e diga: “Eia, cavalo, vamos, empurre!”. Assim ele jamais conseguirá fazer o cavalo empurrar a carroça. Então, você pensaria com seus botões: “Como este carroceiro consegue ser tão tolo?”. E você teria razão.
Para não poucos, ter liberdade e ser independente é não precisar prestar contas a ninguém. Essa é, de fato, uma condição que a maioria das pessoas gostaria de viver. Quando se pensa em independência, em geral, pensa-se em liberdade total, ou seja, poder fazer o que quiser, quando quiser e como quiser. Mas sabemos que a realidade não é bem assim.
Sempre dependemos de alguém – de quem nos sustente, de quem cuide de nós, principalmente quando a saúde fica debilitada, e assim por diante.
A mesma coisa acontece com instituições, cidades, estados e países: sempre há uma dependência de algo ou alguém. Do contrário, seria libertinagem, desregramento, licenciosidade. Por isso a liberdade nunca é total; e, na verdade, nem é bom que seja. Pois muitas coisas injustas são feitas quando prevalece que não é preciso prestar contas.
Há os que pensam que são livres porque acham que não dependem de Deus. Por se acharem “independentes” de Deus, querem ter a liberdade de fazer o que desejam, sem se basear nas preciosas e sábias orientações que Deus deixou no Manual do Fabricante, a Bíblia.
Não é de estranhar que o mundo esteja nesse estado atual – famílias sendo destruídas, as pessoas se matando umas às outras, o respeito de um para com o outro acabando, medo e terror tomando conta das pessoas etc. Porque são como um “produto” tentando fazer o que o Manual do fabricante proíbe; ou não ser o que o “produto” foi destinado a ser.
De fato, usar a liberdade que temos, mas sem utilizar a sabedoria de Deus, é caminhar numa direção perigosa.
Muitos têm dedicado sua vida para que tenhamos um País verdadeiramente livre. Mas reconheço que somente esforços humanos, sem a graça de Deus, pouco podem produzir. Precisamos da ajuda de Deus.
O salmista disse: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12). Não por acaso precisamos embasar os nossos esforços cívicos com a força do trabalho e da oração, nessa ordem. Deus só faz prosperar o que fazemos, não o que oramos (Salmos 1.3). Ele confirma os propósitos quando oramos, pois “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16).
Na verdade, Deus quer o melhor para todos, pois estamos sob Seu cuidado e proteção – somos todos iguais perante Ele. A igualdade é a base da justiça. A justiça é o fundamento da paz. A paz é a fonte da liberdade. A liberdade é o alicerce da independência. Acima de tudo isso, Deus.
A minha oração é para que Deus seja o Senhor do Brasil, pois somente assim seremos realmente felizes, livres e independentes! Amém!
Pastor da Assembleia de Deus em Belém